(Eng.º Agrº Lauro Francisco Schneid - Emater – São Lourenço do Sul)
* A média mensal das precipitações na estação do SMAD do Candombe, em São Lourenço do Sul: ano de 2014 - 177 mm. Em 2015 – 167 mm. Em 2016 - 130 mm e em 2017 - 140 mm. Nestes últimos meses a precipitação foi de 82,80 mm – novembro de 2017, 80,2 mm mês de dezembro de 2017 e em janeiro de 2018 36,20 mm. Nada até o momento em fevereiro. Esta precipitação abaixo da média, aliado ao calor intenso, resulta em perda da umidade do solo, redução da água nos arroios, sangas, rios e dos açudes e em consequência diminuição nos rendimentos das culturas e criações.
MILHO: A área estimada de plantio no município é de 15.000 ha, com rendimento inicial de 5.400 kg/ha. As perdas na cultura são as seguintes: 20% da área não foi plantada devido à estiagem (milho pós fumo), área de 3.000 ha. Da área plantada de 12.000 ha, 5% (600 ha) é milho plantado cedo em outubro e as perdas são de 10%, rendimento de 4.860 kg/ha. A área restante ou seja, 11.400 ha, desses, 80% estão na fase de pendoamento e enchimento de grãos, área de 9.120 ha, perda de 80% no rendimento final, produção de 1.080 kg/ha. A área de 20%, 2.280 ha, está na fase de crescimento. as perdas estimadas são de 20%, rendimento de 4.320 kg/ha.
SOJA: A área plantada no município é de 30.000 ha. O rendimento inicial esperado era de 3.000 kg/ha. As perdas acumuladas na cultura até o momento são de 60%. Lavouras muito desparelhas, falhadas, porte baixo, abortamento de flores e vagens, queima das folhas. ARROZ IRRIGADO: Ocorreu atraso no plantio, devido às chuvas. atualmente a cultura não apresenta problemas de falta de água para a irrigação. OLERÍCOLAS/FRUTÍCOLAS: Perdas em geral, repolho, couve-flor, beterraba, e folhosas. Nestas culturas as perdas são maiores, devido à maior fragilidade destas culturas. Também inclui-se perdas nas lavouras de batata doce e batata inglesa. Outras perdas e de difícil quantificação são as ocorridas em hortas e pomares domésticos. Dimensiona-se uma perda de R$ 200,00 por família, sendo consideradas 6.659 famílias.
FUMO: A área plantada no município é de 8.500 ha com rendimento inicial de 2.400 kg/ha. No fumo do cedo 80% da área, 6.800 ha a perda estimada é de 15%, rendimento de 2.040 kg/ha. Na área de fumo do tarde 20% da área, 1.700 ha, perdas de 70%, rendimento de 720 kg/ha. Perdas gerais na cultura de 26%.
BOVINOS DE LEITE: A produção de leite teve uma diminuição de 13% na venda diária. Os reflexos seguem nos próximos dias ou mês, com agravamento de perdas, devido às pastagens comprometidas, atraso na produção de silagem e aumento do consumo de ração comprada. A qualidade da água consumida pelos animais é muito ruim devido aos açudes secando, fontes de água superficiais também secando. Tendência da produção leiteira diminuir cada dia.
BOVINOS DE CORTE: Também com queda na produção de 20%, devido à baixa qualidade das pastagens e campos secando, bovinos estão perdendo peso e vacas não entram em cio. Falta água em algumas localidades mais atingidas. ÁGUA para consumo: Ocorre uma lenta e gradual diminuição das fontes de água, poços, cacimbas para consumo das famílias. Estima-se que 50% das propriedades, atualmente enfrentam algum problemas de abastecimento de água, como falta de água, racionamento, pegam água de vizinhos e também na qualidade da água. ÁGUA para consumo dos animais: Ocorre a mesma situação, açudes secando, diminuição do nível dos reservatórios, qualidade comprometida. PISCICULTURA: Os reservatórios estão secando e colocando a criação de peixes em situação de risco. Muitas propriedades estão fazendo a despesca antecipada, para evitar a mortalidade de peixes. As perdas foram consolidadas em reunião realizada pelo Capec (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural) realizada no ultimo dia 05 de fevereiro.