Quarta, 28 Outubro 2015 10:14

MST: em entrevista ao Jornal O Lourenciano, o prefeito Daniel Raupp se manifestou sobre a ocupação do MST no município

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Essa questão da ocupação que houve aqui em São Lourenço de uma propriedade rural, pelo movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, surpreendeu toda comunidade de São Lourenço. Eu fiquei sabendo no dia seguinte por volta das 11 horas da manhã, quando fui comunicado que havia ocorrido uma ocupação do MST.

Eu quero reafirmar aqui, até para desfazer uma boataria que anda circulando, entendo que a nossa estrutura fundiária do nosso município não justifica uma ocupação de área pelo MST, até porque nós temos uma agricultura forte, bem organizada e dinâmica no município que enfrenta problemas de sucessão rural, ou  seja, de filhos de pequenos agricultores locais que estão produzindo muitos alimentos para o desenvolvimento econômico do município, que precisariam então de mais terras aqui no município. Para produzir precisamos que pessoas de fora venham para cá para postular mais terras, precisamos que os filhos dos nossos agricultores, que já produzem, tenham mais espaço para produzir.  Temos que deixar claro que isso é uma questão de direito privado, direito civil, cabe ao proprietário que teve sua terra tomada por esbulho, tomar as devidas providências como foram tomadas.

Nós temos mantido por parte da Prefeitura Municipal reuniões permanentes com a ACI, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato Rural, FETRAF, todas as  organizações que tem interface e interagem com o nosso meio rural no sentido de prestar todo o apoio para que essa situação que foi criada aqui no nosso município se solucione da melhor maneira possível.  Fizemos duas reuniões aqui no gabinete, participamos de reuniões no Sindicato Rural com os associados. Conversamos com a Brigada Militar, com os órgãos de segurança, prestamos todo o apoio necessário com os banheiros químicos, disponibilização de iluminação pública no local para a Brigada Militar. Aguardamos o desfecho, já que tem inclusive uma liminar de uma ação judicial de reintegração de posse. Entendendo que são situações que ocorrem no país e reafirmo, mais uma vez, que entendo que a  nossa estrutura fundiária aqui do município, assim como nós temos uma agricultura familiar, temos uma agricultura de média propriedade, tirando duas ou três propriedades maiores, mas são altamente produtivas, inclusive esta que objeto de ocupação.

Talvez o ponto que merece reflexão a partir dessa ocupação  do MST, não só aqui, mas em todo o país,  que vem chamando atenção é a chamada estrangeirização das terras rurais brasileiras, que é preocupante. Acho que merece uma profunda reflexão da sociedade brasileira, que são  os grandes grupos econômicos estrangeiros que vem comprando terras em nosso país. Hoje penso que necessitamos de um grande debate sobre a ocupação de terras brasileiras por estrangeiros. Não precisa mais se dar por forças militares, ela vai se dar  pela força do capital e acaba um  país perdendo a supremacia de parte de seu território, ou seja, o que é feito em cima desta terra não pertence ao país. Pertence ao proprietário que nesta circunstancia será o capital estrangeiro.

Mais uma vez queria reafirmar para acabar com essa boataria que uns tentam implantar  aqui no  município de que, por ser  um governo do PT que tem proximidade com algumas lutas, de que nós estaríamos participando, mas não há qualquer participação, muito pelo  contrário, em nenhum momento fomos procurados pelas lideranças. Estamos na expectativa de  que se resolva da melhor maneira possível para  que possa trazer tranqüilidade aos produtores de nosso município. Foto: Decom

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