Segunda, 04 Maio 2020 13:54

Como está a comercialização do tabaco em São Lourenço do Sul?

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O LOURENCIANO entrevistou nesta semana o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares VALNEI BRÖSE a respeito da comercialização do fumo em São Lourenço do Sul. Ele assim se manifestou: “ A comercialização do Tabaco  nessa safra está muito devagar. Os valores praticados vêm sendo muito abaixo do esperado. As dificuldades de mercado são muito grandes e preocupantes. O cenário futuro não tem a perspectiva, a curto prazo, do mercado abrir e ser mais positivo. Talvez seja um dos mercados mais difíceis dos últimos anos. A classificação do produto está muito abaixo do esperado. Como o fumo é por classe as empresas vem observando que o fumo não tem toda a qualidade esperada, encontrando dificuldades de mercado. Algumas variedades de fumo não têm mercado exterior ainda e as empresas acabam não se interessando na compra desse fumo, desclassificando o valor de mercado e interferindo diretamente no preço do fumo, pois a mesma classe de fumo pode sofrer variação de preço na compra, podendo ser boa ou muito ruim. Dependo de como a empresa tem mercado para esse fumo e como essa classificação seria o grande gargalo que os fumicultores estariam enfrentando neste momento. No fumo poderíamos ter duas grandes perdas. Perdemos na produção, pela estiagem, que reduziu e muito o volume. Agora, perdemos mais um pouco na comercialização pela dificuldade de mercado exterior. Os produtores da região vêm sofrendo o mercado já há 30 dias. Atrasado com a compra, o produtor tem vencimentos dentro da propriedade, suas contas a pagar, o fumo esta colhido, está no galpão mas o mercado não esta andando. Hoje existe uma limitação na quantidade de fumo que o produtor pode vender por mês ou por carga, agravando a situação da propriedade rural a qual os produtores não conseguem quitar suas contas por mais que eles queiram cumprir suas obrigações em dia, além de ter esse limite, ele vendem mal, somando-se uma consequência de fatores negativo. Pela pandemia, quanto pela estiagem, aqui no fumo junto às duas dificuldades a estiagem limitou a colheita e a pandemia limitou o mercado, sendo os produtores de fumo que estão sendo mais  afetados com a pandemia o fumo é um dos produtos que vai para o exterior. O mercado exterior não está andando, o comprador não está vindo, pois as empresas estão limitando os valores para que todos possam vender um pouco e poder minimamente manter as propriedades funcionando. Porém, isso vai se arrastando. Virão consequências no final, onde se tem um prazo  de fechamentos de compras sendo que os 30 dias que estamos atrasados será menos tempo para venda do produto gerando uma “bola de neve”. Não se estima o tamanho da perda na produção de fumo, qual será o percentual de perda na safra, pois o mercado pode recuperar uma parte dele quando voltar a fluir. Não sabemos em qual velocidade. O que podemos dizer é que o fumo já perdeu muito pela estiagem. Nos próximos dias se espera atualização, mas hoje a produção de fumo está num momento muito delicado. VALNEI BRÖSE - Sindicato dos Trabalhadores Rurais

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